sexta-feira, 12 de novembro de 2010

E vai indo...

Eu sinto saudades. Coisa estranha essa tal de saudade. Você não vê, não pega, mas ela está ali. Saudade dói. Dói forte. É como se alguém estivesse apertando o seu coração; estrangulando-o. É uma dor imaterial. Não dá pra fazer curativos - até dá, mas sabe aqueles curativos que tem de ficar trocando? Então, é um saco não é? Melhor não tê-los. Mas há consistência neste imaterial. Eu sinto saudade dos sonhos. Do cheiro. Do gosto. Das carícias trocadas. De tudo que poderia ter sido. Não foi. E até do que foi! Eu sinto saudade das palavras doces. Do olhar carinhoso. Dos planos loucos e os sérios. Eu sinto saudade também do que não existiu. Queria tanto que tivesse existido. Mas não houve. Eu sinto saudades. Ela mora em mim. Um dia pára de doer (ôôô se pára!). É quando você vê que porra nenhuma disso era verdade. Vê que o podre existia (troque a palavra por mentiras se quiser algo mais ameno). Ela está começando a ir embora. E eu já sinto saudades (Mas passa também, é só lembrar da podridão... que vc sente nojo) 10/11/2010

sábado, 6 de novembro de 2010

De repente, eu não consegui ir adiante. E precisava: sempre se precisa ir além de qualquer palavra ou de qualquer gesto. Mas de repente não havia depois: eu estava parado à beira da janela enquanto lembranças obscuras começavam a se desenrolar. Era dessas lembranças que eu queria te dizer. Tentei organizá-las, imaginando que construindo uma organização conseguisse, de certa forma, amenizar o que acontecia, e que eu não sabia se terminaria amargamente - tentei organizá-las para evitar o amargo, digamos assim. Então tentei dar uma ordem cronológica aos fatos: primeiro, quando e como nos conhecemos - logo a seguir, a maneira como esse conhecimento se desenrolou até chegar no ponto em que eu queria, e que era o fim, embora até hoje eu me pergunte se foi realmente um fim. Mas não consegui. Não era possível organizar aqueles fatos, assim como não era possível evitar por mais tempo uma onda que crescia, barrando todos os outros gestos e todos os outros pensamentos. De repente, vc parte e eu fico. Triste.

Today

'Tá limpo. Sem ironias. Sem engano. Amanhã, depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuamos vivos e atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda quem sabe mais celestial que desta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar.' (CFA)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

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Nós tínhamos uma coisa que chamo de ‘identificazzione di una donna’. Era uma aproximação de alma que rolava comigo, com você. ERA.