quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Hoje!

E a saudade... Mistura com açucar e fica docinho! =)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Perdoem o silêncio, o sono, a rispidez.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Email pros amigos do trabalho:

Sabe aquele coisa que já ouvimos muito por ai daquele que sem saber que era impossível, foi lá e fez? Foi lá, encarou o desafio e venceu! Poxa, que lindo isso. Isso já ocorreu no futebol (ae meninos!) e em muitos outros tantos setores da vida. Incontáveis vai ... Nem vou citar times, numa equipe de tantos homens. Pois bem ...
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Convenhamos que dependendo de como estamos na vida, não é um momento muito confortável contar a alguém um projeto nosso, nutrido e acalentado onde mora nossa mais viva esperança. Esse alguém pode (e muitos olham) num olhar superior como se dissesse: " Coitado, tá variando... onde ele pensa encontrar tanta capacidade pra tanto?" Mais uma pérola do negatismo (ecaaaa!).
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O bom meus amigos, fortes como somos, sabemos que é assim que o mundo age. É assim que ele se mostra VIDA. É assim que ela coloca obstáculos, todos com propósitos certeiros. É essa a peneira que o universo utiliza para selecionar os MELHORES. Nesse caso, no NOSSO caso, estamos saboreando essa peneira. É empolgante ser peneirado. Ele - o Universo - só peneira porque sabe que só os bons, empenhados e vividos ficam. É um mecanismo pra nao ser tão infiel assim aos não tão preparados. Sabemos.
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Na copa de 94, um novo obstáculo surgiu à frente de um jogador com uma afirmativa tendenciosa (olha o universo usando a peneira!) de um repórter:
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- Fulano, o goleiro da seleção x afirma nunca ter ouvido falar de você.
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Resposta cheia de crença em si mesmo:
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- Ao final do jogo ele terá ouvido falar de mim.
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Para jogar, treino. Para treino, disciplina. Para disciplina, humildade. Para humildade, ser-humano (sejamos humanos!) Treine a crença em sí mesmo. Discipline suas ações. Humilhe seus egos. E sejamos humanos, e não só ser-humanos.
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Planejemos, não coisas somente coisas daqui a meses e anos. Planeje hoje e amanhã. Planos profissionais e espirituais, afetivos, matrimoniais e perca de vista esses planos. Liste-os, partindo de um projeto, como um arquiteto faz mesmo. Quanto maiores as metas e planos, estejam certos queridos que estas sejam as medidas que melhor se encaixem ao que somos.
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Pode ser mesmo que o mercado passou por um crise horrenda, que o dólar tenha subido, que as bolsas do mundo todo tenham caído. Mas pode ser também que em meio a esse tsunami todo, todos nós não tenhamos deixado a famosa peteca cair. Não deixamos, tenho certeza. Por isso, não duvide desse universo quando seu concorrente se despuser a buscar e a vender para aquele cliente chato que não compra nunca. Talvez o próprio universo tratou de afasta-los de nós.
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Uma amiga, irmã ou sei lá o que em outra vida, me disse essa semana: " Vitor, é a sua cabeça. Percebi que tá faltando vc acreditar um pouco mais nas suas coisas". E ela nem sabe que eu dormi bem melhor depois de ouvir isso. Talvez nem vá saber. Talvez saiba e dê um sorriso lendo isso agora. Então, acredite também. Não custa.
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Pensando nisso e voltando na ciranda do jogo de futebol que citei no início ... O Index é um jogo de um time bonito: tem jogador magro, gordinho, corredor, barbudo, músico, tem até carequinha (esse deve ser o capitão que todos gostariam de ter). Não vou me esquecer da juíza loira que se tivesse um apito estaríamos perdidos. Todos, impressindíveis para que o placar seja bonito. Se um faltar, os outros talvez manquem. E jogador mancando, a torcida vaia.
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Como aquele jogador onde nem era tão conhecido assim, ao final desse mesmo jogo todos terão ouvido falar da gente. Todos, sem excessão.
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E estaremos sorrindo. Suados. Mas sorrindo. (e sem vaias)
Utas!

domingo, 6 de setembro de 2009

-Mas queria uma coisa nas mãos agora.

-Você tem uma coisa nas mãos agora.

-Eu?

-Eu.
'Tô morando, trabalhando, estudando e amando. Esses são os quatro foles da minha vida, no momento. E sobre cada um deles eu teria milhares de páginas a preencher. Sei lá queridos, tá tudo tão legal, e um legal tão batalhado, um legal merecido, de costas e pernas doendo porque nada é tão fácil assim, mas coração tranquilo'
Feliz.
 Quando eu era criança, eu achava que o mundo era daqui até ali assim. Eu caminhava pelas ruas e quando eu via uma rua sem saída ou um morro ou qualquer outra coisa que me impedia de ver além eu ficava perguntando pros mais velhos o que havia depois. E quando me falavam, eu queria ir até lá pra conferir, pra ver se o depois existia mesmo. E quando eu chegava lá, eu queria saber o que tinha depois e depois e depois... Foi assim, desse jeito mágico e inocente, quase intolerante nos dias de hoje, que eu descobri o tamanho do mundo.

Amém!

"Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé- não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. Que meus olhos saibam continuar se alargando sempre."

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Nenhuma pessoa é lugar de repouso ... é?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Hoje!

Você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso. O caminho é in, não off.

domingo, 2 de agosto de 2009

Anjos da guarda, um de cada lado. =]

domingo, 19 de julho de 2009

Garagem.

Imagine uma garagem cheia de coisas. Muitas e muitas coisas; tudo acumulado; coisa em cima de coisa. - Essas coisas me parecem tudo aquilo que já foi me apresentado e que eu acolhi sem saber ao certo definí-las quando e para qual uso serveriam à mim, por isso as guardei com a esperança de que um dia poderia usá-las. São as inumeras religiões que conheci, inumeras histórias que ouvi, exemplos que segui, músicas que senti, gostos que experimentei.
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Mas a TV vem falando que uma tempestade está por vir. Eu não estava acreditando, pois tudo parecia imutável. Eu não queria família e estava certo daquilo. Eu nunca iria me esquecer de certas pessoas, meu amor por uma pessoa ia ser para sempre, que eu iria sempre procurar aqueles mesmos lugares. E isso tudo era tão simples, fácil de aceitar. A TV quase que simboliza as pessoas mais velhas, que dizem que a maturidade vem e a gente muda e que certas mudanças são lentas, mas outras são tão rapidas e perceptíveis. Nossa, como são!
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Desligo a TV porque o papo tá muito chato, cheio de blás blás e nhês nhês nhês e vou lá fora. Me deito na grama. Começo a sentir algo estranho, como que se a TV ainda estivesse ligada na minha mente. Percebo que o céu deu uma escurecida, bem bonitão. Olho pro lado onde está a garagem e vejo que o portão está aberto. Vou até lá, sem perceber que quero previnir um alagamento da garagem caso chova. Mas o portão não se fecha mais. E bate um desespero - é quando a gente parece estar louco por mudarmos tão rápido, como se não tivéssemos raízes. E temos, estão sempre lá.
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Mas aí consigo me acalmar rápido. Desligo a energia e no começo da minha rua (onde só tem a minha casa) coloco uma placa de "não ultrapasse/ fechado". E começo a tirar tudo o que está na garagem. Mas não é como olhar fotografias. É tirar, apenas tirar, sem separar ou acumular lá fora isso com aquilo. E ir pegando sem notar o que está pegando: retirar.
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Hoje eu consegui tirar tudo. Agora estou guardando coisinha por coisinha. Separando o que não presta pra mim e jogando-as fora. As que prestam eu as coloco no devido lugar, seja no quarto (coração), na cozinha (experimentação) ou na sala (discussão sobre). Algumas, ainda voltam pra garagem. Permito que façam isso.
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Sei que ainda há muita coisa pra guardar e muitas que irão aparecer, que vou ganhar. Mas a garagem (mente), eu dou sempre uma checada, vai que guardei algo alí e nem percebí.
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A tempestade já passou. Vieram outras ameaças, algumas relampejando ou trovejando, outras mais amenas, mas que também já se foram. A maioria nem chegou por essas minhas bandas. Mas meus dias têm sido de luzes, tanto do sol quanto da lua ; flores vibrantes; cheiros que de tão bons atordoam os outros sentidos; gostos que eu sei que nunca mais vou experimentar com as mesmas emoções; sons internos se transformando aos sons externos; boas visitas; o movimento do meu corpo é singelo e peculiar e eu o entendo muito bem. E a mente? Nem as dúvidas poluem o imenso oceano de paz que reina sobre ela.
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Minha garagem está limpa, perfeita.

sábado, 27 de junho de 2009

Anotar na agenda mental:

# Reler Fernando Pessoa, principalmente Alberto Caeiro ( talvez Ricardo Reis - o Odes que é perfeitinho);
# Re-ouvir Terra de Caetano;
# Reler aqueles poemas zen póstumos de Cecília Meireles. Ou não reler nem ouvir nada.
# Entender as entrelinhas de Zé Ramalho, Leoni, Maria Rita e sua mãe Elis.
# Assistir Amelie Polan
# Agradecer bastante pelo meu dia e pedir pra que amanhã eu consiga matar mais dragões (os leões já eram)
# Aprender uma nova palavra por dia e usa-la vez em quando.
# Escrever, escrever e escrever porque não sei cantar.
# Trabalhar, trabalhar, trabalhar porque não sou rico ainda.
# Não se apaixonar tão cedo (sem cativações)
# Ir ao cinema sozinho
# Paquerar em exposições
# Correr, muito!
# Dormir, muito!
# Sorrir, muito!
# Todo dia ser honesto e abraçar alguém (um/uma que seja)
# Mudar de caminho alternadamente até se cansar de todos (muito bom isso).
# Pedir perdão por quem já chorou por causa da gente (tem que ser macho pra fazer isso)
# Pedir pra não chorar por ninguém (tem que assumir-se frágil)
# Pedir perdão (tem que ser homem)
# Não mentir (corre-se o risco de mancar)
# Enviar torpedos pros amigos pra verem a lua cheia juntos, um de cada canto.
# Lembrar de alguns santos fantásticos: Santa Terezinha, Irmã Faustina, Santo Agostinho, São João da Cruz e Santa Tereza D'Ávila (dar ênfase aos exemplos de vida de alguns deles, principalmente os de Irmã Faustina)
# Olhar desconhecidos na rua e imaginar se estão felizes/infelizes e porque.
# Pegar algumas pedras fortemente, apertá-las contra o peito, comprimir a cabeça e o corpo inteiro contra as árvores, pisar descalço na terra, colocar balas e doces (sempre em número ímpar) ao pé das árvores grandes para os duendes e devas e erês comerem e ficarem teus amigos, deixar na cabeceira toda noite copos de água com acúcar pra anjos virem beber de madrugada (dão um sorriso de orelha a orelha - lembrar disso tb).
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# Acender velas a Deus para chamar LUZ, jogar rosas amarelas nas águas dos rios para Oxum. Coisas assim: ritualizar, para dialogar com O Mistério. Para que ele te/nos proteja.
# Coisas claras, panos brancos, incensos e flores.
# Conhecer/ler/ver/ouvir falar em Pierre Verger ou Franz Krajcberg
# Ver obras do Vick Muniz
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Purificar, purificar o que na essência da nossa condição humana é pura e medonha treva de desconhecimento de todos os porquês.

Búúúú !

Pronto, taí !

sábado, 13 de junho de 2009

Com vontade de mudar isso aqui tudo. Pronto, falei.

Pra quem quer escrever

Remexa na memória, na infância, nos sonhos, nos tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos.

domingo, 31 de maio de 2009

As mais nobres paixões são também as mais cadelas.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Caio Fernando disse:

"Sempre achei que os dois tipos mais fascinantes de pessoas são as putas e os santos, e ambos são inteiramente destemperados, certo?"

Do outro lado da tarde, ali.

Sim, deve ter havido uma primeira vez, embora eu não lembre dela, assim como não lembro das outras vezes, também primeiras, logo depois dessa em que nos encontramos completamente despreparados para esse encontro. E digo despreparados porque sei que você não me esperava, da mesma forma como eu não esperava você. Certamente houve, porque tenho a vaga lembrança - e todas as lembranças são vagas, agora -, houve um tempo em que não nos conhecíamos, e esse tempo em que passávamos desconhecidos e insuspeitados um pelo outro, esse tempo sem você eu lembro. Depois, aquela primeira vez e logo após outras e mais outras, tudo nos conduzindo apenas para aquele momento.

Às vezes me espanto e me pergunto como pudemos a tal ponto mergulhar naquilo que estava acontecendo, sem a menor tentativa de resistência. Não porque aquilo fosse terrível, ou porque nos marcasse profundamente ou nos dilacerasse - e talvez tenha sido terrível, sim, é possível, talvez tenha nos marcado profundamente ou nos dilacerado - a verdade é que ainda hesito em dar um nome àquilo que ficou, depois de tudo. Porque alguma coisa ficou. E foi essa coisa que me levou há pouco até a janela onde percebi que chovia e, difusamente, através das gotas de chuva, fiquei vendo uma roda-gigante. Absurdamente. Uma roda-gigante. Porque não se vive mais em lugares onde existam rodas-gigantes. Porque também as rodas-gigantes talvez nem existam mais. Mas foram essas duas coisas - a chuva e a roda-gigante -, foram essas duas coisas que de repente fizeram com que algum mecanismo se desarticulasse dentro de mim para que eu não conseguisse ultrapassar aquele momento.


De repente, eu não consegui ir adiante. E precisava: sempre se precisa ir além de qualquer palavra ou de qualquer gesto. Mas de repente não havia depois: eu estava parado à beira da janela enquanto lembranças obscuras começavam a se desenrolar. Era dessas lembranças que eu queria te dizer. Tentei organizá-las, imaginando que construindo uma organização conseguisse, de certa forma, amenizar o que acontecia, e que eu não sabia se terminaria amargamente - tentei organizá-las para evitar o amargo, digamos assim. Então tentei dar uma ordem cronológica aos fatos: primeiro, quando e como nos conhecemos - logo a seguir, a maneira como esse conhecimento se desenrolou até chegar no ponto em que eu queria, e que era o fim, embora até hoje eu me pergunte se foi realmente um fim. Mas não consegui. Não era possível organizar aqueles fatos, assim como não era possível evitar por mais tempo uma onda que crescia, barrando todos os outros gestos e todos os outros pensamentos.

Durante todo o tempo em que pensei, sabia apenas que você vinha todas as tardes, antes. Era tão natural você vir que eu nem sequer esperava ou construía pequenas surpresas para te receber. Não construía nada - sabia o tempo todo disso -, assim como sabia que você vinha completamente em branco para qualquer palavra que fosse dita ou qualquer ato que fosse feito. E muitas vezes, nada era dito ou feito, e nós não nos frustrávamos porque não esperávamos mesmo, realmente, nada. Disso eu sabia o tempo todo.

E era sempre de tarde quando nos encontrávamos. Até aquela vez que fomos ao parque de diversões, e também disso eu lembro difusamente. O pensamento só começa a tornar-se claro quando subimos na roda-gigante: desde a infância que não andávamos de roda-gigante. Tanto tempo, suponho, que chegamos a comprar pipocas ou coisas assim. Éramos só nós depois na roda gigante. Você tinha medo: quando chegávamos lá em cima, você tinha um medo engraçado e subitamente agarrava meu braço como se eu não estivesse tão desamparado quanto você. Conversávamos pouco, ou não conversávamos nada - pelo menos antes disso nenhuma frase minha ou sua ficou: bastavam coisas assim como o seu medo ou o meu medo, o meu braço ou o seu braço. Coisas assim.

Foi então que, bem lá em cima, a roda-gigante parou. Havia uma porção de luzes que de repente se apagaram - e a roda-gigante parou. Ouvimos lá de baixo uma voz dizer que as luzes tinham apagado. Esperamos. Acho que comemos pipocas enquanto esperamos. Mas de repente começou a chover: lembro que seu cabelo ficou todo molhado, e as gotas escorriam pelo seu rosto exatamente como se você chorasse. Você jogou fora as pipocas e ficamos lá em cima: o seu cabelo molhado, a chuva fina, as luzes apagadas.

Não sei se chegamos a nos abraçar, mas sei que falamos. Não havia nada para fazer lá em cima, a não ser falar. E nós tínhamos tão pouca experiência disso que falamos e falamos durante muito e muito tempo, e entre inúmeras coisas sem importância você disse que me amava, ou eu disse que te amava - ou talvez os dois tivéssemos dito, da mesma forma como falamos da chuva e de outras coisas pequenas, bobas, insiginificantes. Porque nada modificaria os nossos roteiros. Talvez você tenha me chamado de fatalista, porque eu disse todas as coisas, assim como acredito que você tenha dito todas as coisas - ou pelo menos as que tínhamos no momento.

Depois de não sei quanto tempo, as luzes se acenderam, a roda-gigante concluiu a volta e um homem abriu um portãozinho de ferro para que saíssemos. Lembro tão bem, e é tão fácil lembrar: a mão do homem abrindo o portãozinho de ferro para que nós saíssemos. Depois eu vi o seu cabelo molhado, e ao mesmo tempo você viu o meu cabelo molhado, e ao mesmo tempo ainda dissemos um para o outro que precisávamos ter muito cuidado com cabelos molhados, e pensamos vagamente em secá-los, mas continuava a chover. Estávamos tão molhados que era absurdo pensar em sairmos da chuva. Às vezes, penso se não cheguei a estender uma das mãos para afastar o cabelo molhado da sua testa, mas depois acho que não cheguei a fazer nenhum movimento, embora talvez tenha pensado.

Não consigo ver mais que isso: essa é a lembrança. Além dela, nós conversamos durante muito tempo na chuva, até que ela parasse, e quando ela parou, você foi embora. Além disso, não consigo lembrar mais nada, embora tente desesperadamente acrescentar mais um detalhe, mas sei perfeitamente quando uma lembrança começa a deixar de ser uma lembrança para se tornar uma imaginação. Talvez se eu contasse a alguém acrescentasse ou valorizasse algum detalhe, assim como quem escreve uma história e procura ser interessante - seria bonito dizer, por exemplo, que eu sequei lentamente seus cabelos. Ou que as ruas e as árvores ficaram novas, lavadas depois da chuva.

Mas não direi nada a ninguém. E quando penso, não consigo pensar construidamente, acho que ninguém consegue. Mas nada disso tem nenhuma importância, o que eu queria te dizer é que chegando na janela, há pouco, vi a chuva caindo e, atrás da chuva, difusamente, uma roda-gigante. E que então pensei numas tardes em que você sempre vinha, e numa tarde em especial, não sei quanto tempo faz, e que depois de pensar nessa tarde e nessa chuva e nessa roda-gigante, uma frase ficou rodando nítida e quase dura no meu pensamento.

Qualquer coisa assim: depois daquela nossa conversa - depois daquela nossa conversa na chuva, você nunca mais me procurou.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

pensar :

É preciso cuidado com o arisco, senão ele foge ...
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Quando criança, peter Pan vinha me buscar toda noite, nós íamos voando para a Terra do Nunca. Eu não queria crescer. Eu tinha nojo de crescer. Gente adulta me dava vontade de vomitar. Já fiz isso aliás.
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Quando a gente precise que alguém fique, a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.
.
Está tudo planejado:
se amanhã o dia for cinzento,
se houver chuva
se houver vento,
ou se eu estiver cansado
dessa antiga melancolia
cinza fria
sobre as coisas
conhecidas pela casa
a mesa posta
e gasta
está tudo planejado
apago as luzes, no escuro
e abro o gás
de-fi-ni-ti-va-men-te
ou então
visto minhas calças vermelhas
e procuro uma festa
onde possa dançar rock
até cair ...


terça-feira, 5 de maio de 2009

Funciona assim o Vitor:

Termina (mas começa primeiro) com uma alegria total: reinstaurando o sonho. É lindo demais. É atrevido demais. É novo, sadio. Deu uma luz na minha cabeça, sabe quando a coisa te ilumina? Assim como se Deus formulasse o que eu, confusamente, estava apenas tateando ...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

: )

A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias. Cada coisa é o que é, e é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra e quanto isso me basta. Só existindo para se ser completo ...

sábado, 25 de abril de 2009

Ontem

Tive a belíssima noção de que alguém ao se aproximar, tem sempre que voltar melhor e mais feliz. Que toda gente deveria ver a bondade em nosso rosto, nos nossos olhos e no sorriso. É lindo fazer isso.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O melhor doce.

A única coisa pior do que não ter opções é ter opções demais. Isso explica a síndrome de excesso de peso nas populações de regiões economicamente melhores, assim como explica o excesso de divórcios, separações e lágrimas nas regiões supostamente mais "modernas". Sempre há um doce melhor na loja. "Testar" todos os doces é o melhor modo de não ficar com nenhum muito tempo.
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É lei.

terça-feira, 31 de março de 2009

. para a semana

Seja composto por urgências: faça das alegrias, intensas e das tristezas, absolutas. Entupa-se de ausências, esvazie-se de excessos. Não caiba no estreito e só viva nos extremos.
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Feche seus dias paquerando o infinito.

terça-feira, 24 de março de 2009

...

QUEM É VOCÊ?


(que eu vi hoje olhando e quase bati ... hein, hein?)

segunda-feira, 23 de março de 2009

no carro, agora.

"Mande notícias do mundo de lá diz quem fica. Me dê um abraço, venha me apertar tô chegando. Coisa que gosto é poder partir sem ter planos. Melhor ainda é poder voltar quando quero"

sábado, 21 de março de 2009

Nos depoimentos hoje:

- Quer casar comigo?

- Eu tenho te procurado tanto, não acho ... =[

- Eu não acredito mais em nós! Cuide-se

- Rei, estou esperando viu ?
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Tirando um deles, todos são bonitinhos. Penso no que fez eu receber essas coisinhas aí em cima no mesmo dia (e não encontro resposta, podem me dar?) E repare, todos bem intensos*. É muito mais triste você receber um " eu não acredito mais em nós, cuide-se" do que receber "case comigo, now". Agora não estou pra casamento, tenho que casar comigo e esperar a tal crise dos sete anos. Então, daqui há algum tempo devo estar perto de fechar o zíper de vez (ops). Deveria ter um jeito de guardar esses pedidos de casamento (não é o primeiro) como promessas ou juramentos pra quando eu quiser, aceitar. Porque como todo imprevisível, tenho que me prezar.
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Quinta-feira, em meio à sons e pessoas eletrônicas ouvi o seguinte: " Vc está comigo porque quer, felizinho ou coisa do tipo? Me fala porque eu tenho medo de você ". Eu ri (mas tipo, mais sorri ... porque eu rio ou sorrio qdo sou digamos, apertado). Aí eu disse que sim, que não queria dar nome a nada do que estava vivendo. O foda é que eu não sei que nome dar. Mas ninguém precisa saber disso.
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Que inconsequência a nossa de prender a pessoas ao o que nos prende a elas ou a nós. Não é muito justo você jogar charmes por aí pra cima de qualquer um ou uma e esperar algo em troca. E quando vocÇe percebe que tem, simplesmente vai soltando. Pouco a pouco. Não sei o que anda acontecendo. Estou enjoando de pessoas e isso, é grave (sim é um desabafo). Ao mesmo tempo, não sei NEM UM POQUINHO viver sem as pessoas. Poderia parar de me relacionar e virar tipo Clodovil Hernandes (que Deus o tenha colorido) ou Guilherme Berenguer e Kaká que vivem sem muito mimimi ou sexo. Mas não consigo, posso virar puto. E isso pessoas lindas, eu não sou.
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Não sabendo lidar, fui construindo escapes. Escapes que vão fazendo pessoas sentirem minha falta às vezes, mas só às vezes. A reclusão é um destes mecanismos. Ontem mesmo, deixei de ir à uma reunião de amigos porque alguém lá certamente se incomodaria (longa história). Não por nada, mas fico bem sozinho com meu tapete e meu teto. Dormi cedo, vi fotos e vi a lua (linda, viram?). Hoje ligaram perguntando porque não fui:
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- Vi, o que aconteceu? Você e fulana não vieram. Dois chatos ... (geralmente eu digo que estou à caminho e não apareço. No fundo estão acostumados)
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Dois idiotas que poderiam ter dado risadas com fotos, luas e música. Juntos.
Quanto vale alguém por amar você?

quinta-feira, 19 de março de 2009

. feliz !

sábado, 14 de março de 2009

Extremos

Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou "o que foi?" - perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a)- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo(a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER.
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Pensando nisso, pensei um pouco depois em Boy George: meu-amor-me-abandonou-e-sem-ele-eu-nao-vivo-então-quero-morrer-drogado. Lembrei de John Hincley Jr., apaixonado por Jodie Foster, e que escreveu a ela, em 1981: "Se você não me amar, eu matarei o presidente". E deu um tiro em Ronald Regan. A frase de Hincley é a mais significativa frase de amor do século XX. A atitude de Boy George - se não houver algo de publicitário nisso - é a mais linda atitude de amor do século XX. Penso em Werther, de Goethe. E acho lindo.No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira:compreendo sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe,berrando de pavor para o mundo insano,e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó.O que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya,ilusão,passatempo.E exigimos o terno do perecível, loucos.
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Depois, pensei também em Adèle Hugo, filha de Victor Hugo. A Adèle H. de François Truffaut, vivida por Isabelle Adjani. Adèle apaixonou-se por um homem. Ele não a queria. Ela o seguiu aos Estados Unidos, ao Caribe, escrevendo cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouqueceu mendigando a atenção dele. Certo dia, em Barbados, esbarraram na rua. Ele a olhou. Ela, louca de amor por ele, não o reconheceu. Ele havia deixado de ser ele: transformara-se em símbolosem face nem corpo da paixão e da loucura dela. Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela. Adèle morreu no hospício, escrevendo cartas (a ele: "É para você, para você que eu escrevo" - dizia Ana C.) numa língua que, até hoje, ninguém conseguiu decifrar.Andei pensando em Adèle H., em Boy George e em John Hincley Jr. Andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que - se você não me ama: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu.
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Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida. Ai que dor: que dor sentida e portuguesa de Fernando Pessoa - muito mais sábio -, que nunca caiu nessas ciladas. Pois como já dizia Drummond, "o amor car(o,a,) colega esse não consola nunca de núncaras". E apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins.

sábado, 7 de março de 2009

Mais

Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde. Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte. Querer nessa ciranda deve ser poder (tem que ser). Nada é muito quando é demais. Nada.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Sem título

A memória tem sempre essa tendência otimista de filtrar as lembranças más para deixar só o verde, o vivo. Antigamente, sempre era melhor, ainda que não fosse. Talvez porque já esteja, lá, tudo solucionado e a gente possa se ver, no tempo, como quem vê uma personagem num livro ou filme: aconteça o que acontecer, há um fim definido, pré de-ter-mi-na-do (assim, separado mesmo, que é pra ler devagarinho). Essa espécie de improvisação do agora, do que está sendo moldado, causa muito mais angústia. Não temos, como no samba, a menor idéia de como será o amanhã.

Apesar de que, alguém maior lááááá em cima pensou nisso. Se a gente soubesse ... haha. Dá vontade de rir. Seríamos TÃO tolos querendo improvisar coisas, forjar olhares e encontros como se soubéssemos de tudo. E mesmo quando julgamos saber, não sabemos de NADA. Já pensou se a gente soubesse quem é o amor da vida, ou como estaríamos com 35, 40 anos? A gente não mexeria uma palha pra acontecer coisa alguma. Somos preguiçosos. Eu sou. Mas vou atrás me espreguiçando, abrindo a boca como quem acabou de acordar e se achando lindo (sim, porque alguém ja me disse que eu fico lindo quando acordo - e eu acreditei).

Ontem um amigo ligou reclamando de umas coisas (da vida/do ócio/do trabalho/da namorada/do cara da academia que o paquera/da mãe que o quer médico logo) ... A gente guarda mil coisas no bolso nessas horas pra acudir. Ouvir que seja. Ouvir gente que SÓ reclama é bom. Faz um bem danado saber que problema só muda de endereço e de roupa as vezes. E até usa a mesma que você.

Chamei o reclamão pra deitar numa grama. É ... deitar e olhar pra cima. Não se importe muito com a roupa porque certamente vai sujar um pouco. Mas só um pouco. Ele começou a falar. Nessa hora não dá pra falar. É calar a boca e olhar pra cima. Ele fez isso quando eu mandei.

- O que eu faço?

- Continua olhando pra cima e não faz nada. Só olha e cala a boca.

- Hum ... tá.

- Se quiser fechar os olhos, faça isso mas não me conte e tipo, respire melhor e vai pensando aí nas tuas coisas que eu fico aqui pensando nas minhas. Quando estiver pronto a gente vai embora, sem tocar nos assuntos novamente.

Interessante saber que pra quem vai cuidar de vidas, está em vulcões com a sua. Ficou quase uma hora lá sozinho. Sim, porque em três minutos eu o deixei sozinho e voltei pro carro e inerte, nem percebeu. Era tudo dele alí. Depois me agradeceu, sorriu então.

As pessoas suportam tudo, as pessoas às vezes procuram exatamente o que será capaz de doer ainda mais fundo, o verso justo, a música perfeita, o filme exato, punhaladas revirando um talho quase fechado, cada palavra, cada acorde, cada cena, o pior namorado o corpo e sorriso até a dor esgotar-se autofágica, consumida em si mesma, transformada em outra coisa que não saberia dizer qual era.

E, meus queridos ... a gente nunca sabe. Dê um sorriso aí (tem que ser agora).

pausa.

Tenho amigos tão bonitos. Ninguém suspeita, mas sou uma pessoa muito rica.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Pra menina que enxerga lindo

Some people are like mondays
And some others precious gold ...

(veio pra ficar que eu sei)

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Rascunhos para o ano novo

Deve ser a proposital a idéia de alguém fazer o calendário tão curto. Eu acho curto. Se bem que, todo ano é mesma coisa: quando a gente vê, ele já está acabando. Ou iniciando, depende de como você encara. Já que estamos todos em Janeiro*, olhemos para o início. É normal nessa época fazermos vários tipos de contas. Várias. Não estou falando das contas rotineiras que todo pai e mãe de família tanto se preocupam: a matrícula da faculdade dos filhos, o IPVA, a conta do cartão de crédito das compras do final de ano. Não, não. Estou falando de uma contabilidade talvez até mais complexa: o tempo vivido. É sim, pode confessar que você faz esse tipo de conta. Todo mundo faz.

A gente começa a ver por exemplo, mês a mês tudo o que fizemos. Lembramos das chances aproveitadas, de outras tantas perdidas. Daquele amor que veio e que tão logo se foi (ou pra sua sorte, não!). Das noites mal dormidas e das bem acompanhadas. De preocupações fúteis e das mais sinceras. O carro que era novo e agora já grita um risco feio na traseira. Na academia de dança e da coragem criada pra dar seus primeiros passos. Conquistas pessoais que você vibrou sozinho, sem ninguém saber. E também aquelas que muitos ficaram sabendo. Ah, a mente não nos deixa esquecer das pessoas que fizemos chorar e das que choramos madrugadas a fio. Quantas você fez chorar, por quantas chorou? Que cruel esse mês.

Talvez tenha sido um ano onde você tenha aprendido a amar. É. Talvez tenha amado pela primeira vez de verdade. Em contrapartida (já utilizando as novas regras gramaticais), talvez tenha descoberto que o amor acaba. E aqueles pés juntos num sofá e as milhares de fotos tiradas nem estão contando tanto assim agora. Talvez olhando pra fotos, tenha se visto uma criança depois de anos. E isso, convenhamos: é bem lindo.

Também fez amigos. Se não muitos, então uns poucos tantos, mas “bãos” pra caramba. Daqueles que não ligam a mínima se você fizer o passinho da Macarena no meio da pista de dança. Confidências trocadas numa piscina, amizades que voltaram do nada e que do mesmo jeito se foram, erros assumidos (outra coisa linda) e muitos omitidos pelo medo da reprovação.

A graça da vida está aí.

O significado do "feliz ano novo" não está simplesmente no desejo de que tudo corra bem em nossas vidas no ano vindouro. Apesar de este ser o nosso maior anseio, ninguém está assegurado dos trancos e barrancos que a vida nos dá dos quais muitos deles tem alturas muito grandes. Não vejamos isso de uma forma negativa ou pessimista. Muito pelo contrario. O balanço do fim de ano só tem sentido quando constatamos que tudo aquilo que passou foi o resultado de nosso esforço na busca pela nossa felicidade. É uma busca complicada eu sei. A estrada que leva a ela na maioria das vezes não tem mapa, encontramos diversas encruzilhadas, cabendo esperar da sorte (ou seja lá o que acreditamos) que tome o rumo certo. E nesse caminho, a gente vai encontrando alegrias, frustrações, desafios. E tudo no plural pra ser mais emocionalmente.

E definitivamente, de uma vez por todas e cá entre nós: já deu, chega das tão famosas perguntas e indagações: Sou bonito pra ela? E se eu ficar gorda? Estou velha demais pra isso? Repito: CHE-GA. Quebre o espelho se ficar gorda, namore um míope se estiver se achando feia e case com um outro velho se achar que já passou da idade. Se sentir-se chato às vezes, peça pra alguém te fazer cócegas, se alguma vez ficar rouco peça pra ela ficar surda um pouquinho. E principalmente e talvez o ideal para 2009: estando triste, contrate uma palhaço pra te fazer rir. Pague hora extra se precisar.

Flexibilidade, palavra bonita até de ler. E fica linda dentro da vida.

Faça outras perguntas este ano. Questione-se quando vai trocar de carro e não como. Quando vai pedir perdão, ou dar essa graça pra alguém. Quando vai ser mais sincero, ou encarar aquele trabalho de voluntariado que há anos te aponta na cabeça? Esse ano a tatuagem vinga? Quando vai cantar, escrever, viajar ... quando vai ousar? Quer saber de algo bom: não faça tantas perguntas, responda mais. É até mais fácil. É coragem. Ah, pare de reclamar. Dá um fruto que é uma beleza.

E nunca, nunca mais pense que o que parece longe agora não pode ser seu. Isso é uma mentira que alguém inventou lá trás e deve ter ganho muita grana, vendendo sonhos. Apesar disso, sonhe, porque a mágica está no produto. E nas batalhas, meus queridos, sejam elas quais e quantas vierem, enfrente-as. Em parte, a guerra já é vencida assim. Ainda que a tempestade hoje seja grande, a bonança não demora. Nunca. Como diz o Arnaldo Jabor, “bom mesmo nessa vida, é ter problema na cabeça, sorriso no rosto e fé no coração”. Depois me conte.

Um feliz ano novo pra você.

*Escrito em Janeiro

Nem vem.

Não gosto quando a gente fica falando assim no que não foi, no que poderia ter sido. God! Não aos sábados, principalmente à noite. Não hoje, por favor, hoje não dá, eu tenho. Eu tenho uma sensação meio de amargura, de fracasso. Você me entende? Como se tivesse a obrigação de ter sido, ou tentado ser, outra pessoa. E mesmo que nenhum dos dois tenha tido culpa (e não temos, tentamos) é como se tudo o que o maldito destino escreveu ficasse pior. Então, por favor ... chega disso baby, vamos ler um livro e rezar pra que um beija-flor apareça.

"Eu tenho amigos por toda parte. Na praia, cinema, teatro, favela. Amigo jornalista, garçon, vagabundo. Meu negócio não é somar, é multiplicar. Sozinho não dou conta. Eu ando em bando, camuflado, descarado, fazendo festa. O tempo inteiro me sinto em casa no meio da rua, na madrugada, na multidão. EU SOU DA TRIBO DO ABRAÇO"

Só podia ser Cazuza.